‘Melzinho do amor’ pode causar danos à saúde, revela Unicamp
No fim de setembro de 2021 o Laboratório de Toxicologia Analítica do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Unicamp (CIATox) revelou o resultado de uma análise toxicológica de um produto que vem sendo vendido clandestinamente no Brasil e que promete alta performance por meio de uma composição dita ser (pela própria embalagem) “100%” natural. Estamos falando do “melzinho do amor”, como é conhecido popularmente, que virou febre entre os jovens e até mesmo se tornou um hit de funk.
O produto é vendido em sachê e afirma ser feito de substâncias naturais como café, extrato de caviar, ginseg, maçã, gengibre, canela, Mel da Malásia e Tongkat Ali.
Mas o grande problema é que além das especiarias, o CIATox encontrou concentrações preocupantes de Sildenafila e Tadalafila, fármacos indicados para tratamento da função erétil e que só podem ser vendidos sob prescrição médica.
De acordo com José Luiz Costa, coordenador executivo do CIATox, a exigência de uma avaliação médica para consumo dos dois princípios ativos do melzinho do amor é imprescindível para pessoas com problemas de saúde, como cardiopatias e hipertensão arterial. Isso porque a utilização dos fármacos sem supervisão médica pode causar efeitos colaterais graves, até havendo risco de morte.
Efeitos colaterais do melzinho do amor
Segundo a publicação da Unicamp, Costa disse que se alguém toma um medicamento com receita, o médico conhece previamente os problemas de saúde da pessoa. Mas “alguém que faz uso desses medicamentos por conta própria pode estar colocando sua saúde em risco sem saber”.
Costa alerta que, mesmo que os rótulos anunciem apenas extratos de plantas nos sachês do melzinho do amor, “não há nada de natural neles”.
Um dos efeitos colaterais – o priapismo prolongado – pode causar uma longa e dolorosa ereção com risco até mesmo de necrose do membro. Se ingerida com álcool ou outros fármacos, pode-se intensificar os efeitos colaterais, levando a tontura, hipotensão arterial e dores de cabeça.
Em pacientes cardiopatas, tanto homens quanto mulheres, a Sildenafila e a Tadalafila podem evoluir a um quadro de hipotensão grave com potencial de morte.
O melzinho do amor tem venda proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) desde o dia 27 de maio de 2021.
Fonte: UNICAMP