Adolescente vive três anos pensando estar morta
Haley Smith, uma adolescente de 17 anos de idade, do Alabama, EUA, sofreu durante três anos de sua vida com uma rara doença conhecida como “Síndrome de cadáver ambulante”.
Os portadores dessa doença acreditam estarem mortos ou pensam que não têm partes do seu corpo. Com isso, alguns morrem de fome por sentirem que não têm o que comer.
Existem casos desta Síndrome que datam desde 1788, porém apenas em 1880 ela foi identificada pelo neurologista francês Jules Cotard.
O que ocasiona a doença é um “defeito” em uma área do cérebro conhecida como “giro fusiforme”, que é responsável pelo reconhecimento de rostos. Há ainda um problema na amídala, em um conjunto de neurônios que processa as emoções.
Essa combinação causa a falta de reconhecimento dos rostos dos familiares e até mesmo do rosto da pessoa com a síndrome. Assim, a pessoa se sente desconectada da realidade. Ainda não há cura, mas há tratamento, que é feitos à base de antidepressivos e antipsicóticos, bem como a terapia electroconvulsiva controversa.
Haley relatou que tinha muitas dificuldades de lidar com a separação de seus pais e que, num dia, durante uma aula de Inglês, teve a estranha sensação de que estava morta.
Ela foi até a enfermaria da escola mas a enfermeira não encontrou nada de errado.
A jovem contou também que, enquanto caminhava para casa, pensou em visitar um cemitério para estar perto de outras pessoas que também estavam mortas, mas desistiu porque não havia ninguém por perto. Porém, num outro dia, a súbita sensação voltou e Haley saiu da loja onde fazia compras deixando os vestidos que havia comprado caírem. “Pensei estar ficando louca”, disse ela.
Dessa vez o sentimento não foi embora e ela começou a faltar à escola e a dormir durante todo o dia. “Eu fantasiava sobre estar fazendo piqueniques em cemitérios e passava muito tempo assistindo a filmes de terror, porque ver os zumbis me fazia sentir relaxada, como se eu estivesse com minha família.”
Felizmente ela se encorajou a falar com um amigo sobre o que estava sentindo. Haley relatou a ele o que se passava e ao contrário do que esperava, o amigo se pôs a escutá-la.
“Eu pensei que ele me acharia uma aberração, mas me ouviu e me encorajou a falar com meu pai”. Ele pediu que ela procurasse um psiquiatra. Apenas depois de dois anos Haley criou coragem e o procurou sendo imediatamente diagnosticada com a “Síndrome de cadáver ambulante”.
A partir daí Haley iniciou o tratamento com um médico psiquiatra e com uma terapeuta. “Foi tão incrível para descobrir que era uma doença real.”, disse ela ao encontrar histórias, na internet, de outras pessoas que sofreram com a doença.
A jovem completou dizendo: “Isso me fez sentir muito melhor porque eu não era a única.”
Fonte: Daily Mail