Eleições em tempos de redes sociais
Apesar de ser um tema do qual se foge em muitas discussões entre amigos, sob o pretexto de que “política e religião não se discute”, as eleições estão presentes de forma expressiva também nas redes sociais.
Em meio a posts de humor, fotos de refeições e desabafos pessoais, a palavra “eleições” só perdeu o primeiro lugar em buscas no Facebook no ano de 2013 para o Papa Francisco – sinal de que, mesmo sendo um assunto que causa polêmica em nossa sociedade, os brasileiros se posicionam de forma diferente sobre política e eleições, em tempos de informação virtual full time, promovida pelas redes sociais.
E como fica o processo eleitoral de 2014 diante do poder de mobilização das redes sociais? Confira alguns fatores e números que têm influência significativa sobre o atual cenário político brasileiro, a seguir.
A influência dos smartphones nas eleições
Na última eleição presidencial, ocorrida em 2010, a internet possuía influência pouco significativa nesse processo, devido à sua baixa penetração, observação esta feita naquela ocasião, pelo colunista Noblat.
Entretanto, quatro anos depois, tal premissa já não tem mais tanta força e um dos fatores que desfez essa afirmação é o do grande aumento do volume de pessoas utilizando a internet por meio de smartphones – 70% dos usuários do Facebook acessam a rede social por meio de seus celulares; com os quais se estima que os brasileiros gastem cerca de 84 minutos por dia navegando, de acordo com dados do Ibope. E boa parte desse tempo conectado à grande rede é dedicado não só ao entretenimento, mas também à troca de informações sobre o cenário político atual.
Prova disso é que foi através das redes sociais que se organizaram diversas manifestações em várias cidades do país no ano passado, convocando os estudantes para o movimento denominado #VemPraRua.
De olho nas redes
Certos de que esse é um dos locais mais promissores para angariar votos, os pré-candidatos à Presidência da República estão de olho nas movimentações ocorridas nas redes sociais, em especial, o Facebook e o Twitter.
Todos os presidenciáveis – declarados ou não, possuem perfis no Facebook. Na dianteira, com a maior quantidade de curtidas, vem a ex-senadora Marina Silva, que está ao lado de Eduardo Campos (PSB-PE) na luta pelo mais alto posto do Poder Executivo brasileiro. Em seguida, vêm o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o próprio governador pernambucano e, em último lugar, a Presidente Dilma Rousseff.
Segundo artigo da revista inglesa “The Economist”, o Brasil tem 83 milhões de usuários e só perde para os EUA e a Índia em perfis no Facebook e, diante da vantagem de Dilma nas mídias tradicionais, como a TV, devido à fórmula complexa de cálculo para o tempo destinado à propaganda – que lhe concederá quase metade dos 25 minutos de exibição do horário político, os demais candidatos deverão apostar nas redes sociais para realizarem suas campanhas e interagirem com os eleitores, investindo em profissionais de mídias sociais para “fazerem a cabeça” do eleitor, cada vez mais antenado e conectado à realidade através da internet.