Mulheres são obrigadas a tirar a roupa para passar por revista íntima depois de absorvente usado ser encontrado em empresa
Um grupo está reunindo apoio na internet para protestar contra uma empresa indiana que obrigou suas funcionárias a passarem por uma revista íntima, após um absorvente ser encontrado no local.
Todas as cerca de 45 funcionárias, com idade inferior a 50 anos, da empresa Asma Rubber Private Limited, tiveram que tirar a roupa para serem revistadas pelas supervisoras da companhia. A medida inusitada foi tomada depois que um absorvente interno usado foi encontrado em um banheiro da companhia, no dia 10 de dezembro do ano passado.
O grupo responsável pelo manifesto criou uma campanha no Facebook, intitulada de “Red Alert: You’ve Got a Napkin!” (alerta vermelho: você tem um absorvente).
O grupo escreveu uma mensagem no Facebook: “Este não é um ato isolado. A falta de instalações sanitárias, sem falar em boas condições higiênicas, é um problema grave enfrentado diariamente pelas mulheres. Várias empresas não permitem que os funcionários usem o banheiro mais do que duas vezes durante o expediente. Os vários casos relatados recentemente sobre a discriminação sofrida pelas funcionárias menstruadas da KSRTC é outro exemplo do problema. Elas são acusadas de ‘poluir’ e ‘contaminar’ lugares públicos e às vezes sagrados. Proteste contra esse ato desumano!”
A campanha pede que as pessoas enviem absorventes usados ou não para o escritório da empresa. Várias pessoas já realizaram o ato e postaram fotos para comprovar.
De acordo com uma pesquisa da AC Nielsen, 12% das mulheres indianas, que estão em idade de menstruar, usam absorventes íntimos. A maioria utiliza alternativas não higiênicas, como tecidos, cinzas ou um pó feito com casca de grãos.
Os tabus no país geram mitos perigosos sobre mulheres menstruadas, alegando que elas seriam impuras, imundas ou até mesmo amaldiçoadas.
A polícia do país iniciou uma investigação da empresa Asma Rubber Privatem, no dia 27 de dezembro, depois de uma denúncia da Comissão das Mulheres de Kerala, na Índia, um grupo de defesa dos direitos das mulheres.
Fonte: Brasil Post